sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Violência entre as torcidas organizadas de São Paulo

Por Talita Kibaiasse


A cada término de clássicos, os sites além de informarem os melhores lances dos jogos, também informam o número de vitimas, os locais que foram palco da violência entre torcidas organizadas e às vezes até mesmo o número de pessoas que morreram.
O futebol é a paixão do brasileiro e é comum deparar-se com pessoas nas ruas, meios de transportes e locais de lazer com acessórios ou camisas dos times e futebol.
O paulista, como todo brasileiro, é fiel ao time em todas as fases, prova disso é o apoio que o torcedor palmeirense deu ao time em 2002, quando o Palmeiras foi rebaixado. Assim como a campanha “eu nunca vou te abandonar porque eu te amo” que o torcedor corinthiano fez em 2008, para apoiar o time que estava na série B do campeonato brasileiro.
O torcedor brasileiro comparece aos jogos na chuva, no sol e em qualquer dia da semana, grita, vibra, torce, chora, mas também bate. Conforme o senador Gerson Camata (PMDB) é uma minoria que estraga o divertimento dos demais. Foi pensando nisto que em 23 de junho de 2009 a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou o projeto da Lei da Câmara 82/09 com a finalidade de combater a violência nos estádios punindo as torcidas organizadas que promoverem violência e tumulto afastando-as dos estádios por até três anos.
A rivalidade entre estas torcidas organizadas é tão grande que muitas vezes as músicas cantadas no estádio mais ofendem as outras torcidas do que incentivam o time. A Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, fez uma música para ofender o torcedor palmeirense que diz “a gente gosta de bater nos porcos. De dar Porrada e de dar paulada. A gente bate, bate, bate forte e não quer parar” . Já a Torcida Jovem do Santos, sempre canta na Vila Belmiro (estádio do Santos Futebol Clube) e nos estádios paulistas a música que ofende o torcedor corinthiano dizendo: “ se não sabe cala a boca não venha marcando toca. Resolvemos essa parada aqui no bang-bang, estourando a gambazada, tirando todo o seu sangue “.
Estas músicas não são exclusivas destes dois times, a torcida Independente, do São Paulo Futebol Clube também costuma gritar, nos clássicos São Paulo X Palmeiras, músicas que possuem o conteúdo como “vou acabar com a porcomania. É a ordem do dia porque ser palmeirense nunca foi fama de ser mau. Se não der na mão, eu brigo até de pau. Pode vir todo mundo eu não temo ninguém, sou independente mato um mato cem”. Para revidar, a torcida Macha Verde do Palmeiras, também criou estrofes como “Sai, sai da frente, que eu vou matar independente” e plagiando a música ritmo de festa do apresentador Silvio Santos, canta “ritmo de festa que balança o coração. É festa todo dia no metrô ou no busão. Eu mato independente e enterro gavião”.
O problema não é somente as músicas que incentivam a violência, mas fora dos estádios estes dizeres saem das canções e se tornam realidade, prova disso são as cenas de brigas entre a Mancha Verde e a Independente que ocorreram em dois bairros da zona norte de São Paulo (Mandaqui e Jaçanã) e a cidade de Poá antes do último jogo entre o Palmeiras e São Paulo, em agosto deste ano.

Desta forma, é lamentável que um esporte movido pela paixão tenha os espetáculos manchados por estes pequenos grupos de torcedores que mais se preocupam em exterminar a torcida alheia antes ou depois do jogo do que incentivar o time dentro de campo.



4 comentários:

Ana Claudia Conde disse...

No meu ponto de vista isso não é paixão, é doença!!!! Viva Sociedade Alternativa, desde que não interfira a vida do próximo. E tenho dito! Sem mais.

André Cynno disse...

Muito bom mesmo, como disse, no caminho da Louis Lane...
Ainda acho que você puxou um pouco pro lado Palmeirense...
Mas falando serio, hoje em dia é uma rivalidade acima do normal, torcer faz bem, fanatismo faz mal e faz a todos.....

Letícia Iambasso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Letícia Iambasso disse...

Violência no futebol nunca ganhou nenhum titulo, somente punições para os clubes.
Quem briga, não é por causa do time que torce, e sim pra mostrar que pode mais que o outro.
Infelizmente, o proibido continua sendo o preferido dos desejos humanos.
Eu torço pelo time, e não pela torcida.


P.S: Na frase "A torcida Independente, do São Paulo Futebol Clube ... ", dá impressão que quem é o dono da organizada é o clube, o que não é.