sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Violência entre as torcidas organizadas de São Paulo

Por Talita Kibaiasse


A cada término de clássicos, os sites além de informarem os melhores lances dos jogos, também informam o número de vitimas, os locais que foram palco da violência entre torcidas organizadas e às vezes até mesmo o número de pessoas que morreram.
O futebol é a paixão do brasileiro e é comum deparar-se com pessoas nas ruas, meios de transportes e locais de lazer com acessórios ou camisas dos times e futebol.
O paulista, como todo brasileiro, é fiel ao time em todas as fases, prova disso é o apoio que o torcedor palmeirense deu ao time em 2002, quando o Palmeiras foi rebaixado. Assim como a campanha “eu nunca vou te abandonar porque eu te amo” que o torcedor corinthiano fez em 2008, para apoiar o time que estava na série B do campeonato brasileiro.
O torcedor brasileiro comparece aos jogos na chuva, no sol e em qualquer dia da semana, grita, vibra, torce, chora, mas também bate. Conforme o senador Gerson Camata (PMDB) é uma minoria que estraga o divertimento dos demais. Foi pensando nisto que em 23 de junho de 2009 a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou o projeto da Lei da Câmara 82/09 com a finalidade de combater a violência nos estádios punindo as torcidas organizadas que promoverem violência e tumulto afastando-as dos estádios por até três anos.
A rivalidade entre estas torcidas organizadas é tão grande que muitas vezes as músicas cantadas no estádio mais ofendem as outras torcidas do que incentivam o time. A Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, fez uma música para ofender o torcedor palmeirense que diz “a gente gosta de bater nos porcos. De dar Porrada e de dar paulada. A gente bate, bate, bate forte e não quer parar” . Já a Torcida Jovem do Santos, sempre canta na Vila Belmiro (estádio do Santos Futebol Clube) e nos estádios paulistas a música que ofende o torcedor corinthiano dizendo: “ se não sabe cala a boca não venha marcando toca. Resolvemos essa parada aqui no bang-bang, estourando a gambazada, tirando todo o seu sangue “.
Estas músicas não são exclusivas destes dois times, a torcida Independente, do São Paulo Futebol Clube também costuma gritar, nos clássicos São Paulo X Palmeiras, músicas que possuem o conteúdo como “vou acabar com a porcomania. É a ordem do dia porque ser palmeirense nunca foi fama de ser mau. Se não der na mão, eu brigo até de pau. Pode vir todo mundo eu não temo ninguém, sou independente mato um mato cem”. Para revidar, a torcida Macha Verde do Palmeiras, também criou estrofes como “Sai, sai da frente, que eu vou matar independente” e plagiando a música ritmo de festa do apresentador Silvio Santos, canta “ritmo de festa que balança o coração. É festa todo dia no metrô ou no busão. Eu mato independente e enterro gavião”.
O problema não é somente as músicas que incentivam a violência, mas fora dos estádios estes dizeres saem das canções e se tornam realidade, prova disso são as cenas de brigas entre a Mancha Verde e a Independente que ocorreram em dois bairros da zona norte de São Paulo (Mandaqui e Jaçanã) e a cidade de Poá antes do último jogo entre o Palmeiras e São Paulo, em agosto deste ano.

Desta forma, é lamentável que um esporte movido pela paixão tenha os espetáculos manchados por estes pequenos grupos de torcedores que mais se preocupam em exterminar a torcida alheia antes ou depois do jogo do que incentivar o time dentro de campo.



quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O passeio em Ouro Preto que acabou em tragédia

Após oito anos, o assassinato brutal da estudante Aline Soares Silveira continua sem resposta




Por Talita Kibaiasse




Em 14 de outubro de 2001 a estudante Aline Silveira Soares, 18 anos, foi encontrada nua, de pés cruzados, braços abertos e morta no cemitério da Igreja Nossa Senhora da Mercês em Ouro Preto, Minas Gerais.
Aline foi brutalmente assassinada com 17 facadas. Desde o início a polícia suspeita que o crime aconteceu em uma simulação de um ritual de magia negra durante um jogo de RPG (Role Playing Game). O RPG é jogado por um grupo de pessoas que interpreta uma história, geralmente segue as regras de livros e todas as decisões são tomadas na hora da partida, o jogo faz o participante ler, criar histórias, pensar e decidir o final.

A vítima estava em Ouro Preto com sua prima Camila Dolabella, para participar da famosa festa do Doze, que é realizada no dia 12 de outubro pelas repúblicas locais para comemorar o aniversário da escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Camila e Aline chegaram em 11 de outubro de 2001 na cidade turística e se hospedaram na República Sonata, onde moravam: Edson Poloni Lobo de Aguiar, Cassiano Inácio Garcia e Maicon Fernandes Lopes. Os três estudantes citados e a prima da vítima foram os suspeitos pelo crime.
Conforme o jornal Folha de São Paulo, a polícia encontrou livros de RPG e alguns indícios, no quarto dos acusados, de que o crime foi baseado no livro Vampiro – A Máscara.
Em abril de 2006 a juíza decretou a prisão de Camila e os demais acusados, pois considerou a comoção dos moradores de Ouro Preto e a crueldade do assassinato. Entretanto, todos aguardaram o julgamento em liberdade, pois entraram com um recurso. O julgamento estava agendado para maio de 2009, porém foi adiado para 1º de julho, devido à ausência de advogados de três dos quatro acusados.
No TJ –MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) os quatro acusados foram julgados entre os dias 1 e 5 de julho deste ano. Durante este período de quase quatro dias, o Júri ouviu as testemunhas de defesa e acusação, além de ouvir o depoimento dos quatro jovens supostamente envolvidos no crime. Testemunhas da defesa informaram que os réus não possuíam envolvimento com RPG, não praticavam rituais macabros e não tinham relação alguma com satanismo. A professora aposentada Maria José Silveira Soares, mãe da vitima, deu um depoimento emocionado após aguardar oito anos pelo julgamento e disse que os réus “não se defendem, só acusam”.
Em 3 de julho, os acusados negaram participação no crime. Edson Poloni Lobo de Aguiar, 27, afirmou ser inocente e disse que também quer justiça. Ele atualmente é vendedor e reside em Vitória, capital do Espírito Santo. O apicultor Cassiano Inácio de Aguiar, 28, alega não ter envolvimento com o caso e informa que não sabe porque foi acusado. “Estou no banco dos réus por incompetência da polícia”, argumenta Cassiano ao dizer que o suposto envolvimento de RPG com o assassinato foi a única linha de investigação que a polícia de Ouro Preto seguiu. Maicon Fernandes Lopes, 27, também se declarou inocente e disse que não era um jogador de RPG. A última acusada a depor foi a prima de Aline, Camila Dolabella Silveira, 26, que alegou não ter participado do crime e não conhecer os réus antes das acusações. Ela também informa que não sabe se eles têm ou não envolvimento com RPG e que a última vez que viu Aline foi na festa do doze antes da estudante desaparecer. Após oito anos de espera, pela família de Aline e a dos réus, o Tribunal do Júri absolveu os quatro acusados de matar a filha da senhora Maria José Silveira Soares por insuficiência de provas e o caso ainda continua uma incógnita para a justiça.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Comunidades Virtuais

“Uma comunidade baseia-se na orientação da ação social, que se fundamenta em qualquer tipo de ligação emocional, afetiva ou tradicional”
Weber (1987)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dia Perfeito

Por Talita Kibaiasse

O celular começa a tocar, o radio relógio desperta e a cama não me permite levantar. Uma voz vem da sala, invade o corredor e chega ao meu quarto em bom e alto som “levanta Talita, você já está atrasada”. Então, eu sempre acho que posso ficar mais cinco minutinhos, mas tenho apenas vinte minutos para tomar banho, me trocar,me maquiar e arrumar minha mochila com as coisas que usarei no trabalho e na faculdade.

Tomo aquele banho mega rápido, saio do banheiro, tomo um suco ou como algo enquanto me troco, arrumo as minhas coisas e desço para enfrentar mais um dia de trabalho. No caminho entre a minha casa e o metrô termino de me arrumar, passo uma sombra, um batom e as vezes um corretivo para disfarças as olheiras.
Quando chego à estação, subo as escadas e já escolho a catraca com a fila menor e entro no primeiro vagão que consigo. Passo exatos vinte e cinco minutos sofríveis na companhia agradabilíssima de pessoas mal-cheirosas da estação Corinthians-Itaquera até a estação Sé.

Como nem tudo na vida é fácil, ao desembarcar na estação Sé, tenho que compartilhar do calor humano da linha azul do metrô até a estação Carandiru, onde eu preciso ainda pegar um ônibus para descer após três pontos.

Ao chegar na empresa, rezo para que a minha impressão digital “funcione” corretamente para que eu consiga abrir a primeira porta e bater meu ponto no horário correto ou pelo menos com no máximo cinco minutos de atraso.

Acabo de sentar na minha mesa, nem liguei meu computador e sempre vem um atendente, algum supervisor ou alguém pedir para eu ver uma nota, além disso encontro vários bilhetinhos, que não são de amor, no meu teclado. Olho com aquela cara de quem passou grande parte da noite fazendo trabalho, ficou horas no MSN discutindo relação e acordou atrasada com os berros da mãe e falo:
- Deixa a nota aqui que depois eu olho
-Não, mas o cliente está gritando, preciso que você me dê uma posição agora!
- Ah, se ele quer posição incentive-o a comprar um livro de Kamasutra!

Ah, chega né? Além de passar tanto tempo no transporte publico maravilhoso de São Paulo, ainda tenho que me aborrecer logo pela manhã?
Consigo finalmente abrir todo o meu sistema, na minha caixa de e-mails há mais de mil e quinhentos e-mails não lidos e quando clico no enviar/receber brotam mais aproximadamente quatrocentos correios eletrônicos.
Passo a manhã toda respondendo e-mail, atualizando planilha, dando previsão de estoque aos clientes, conversando com a minha vizinha de mesa e me estressando com os atendentes que não entendem que eu sou só uma.

Finalmente o relógio aponta 12h30 e por uma hora posso ficar longe da minha mesa, desço com a minha amiga, troco idéias, desabafo, dou risada, almoço e como tudo que é bom dura pouco, voltamos ao trabalho.

Após o almoço torna-se quase impossível trabalhar, a preguiça e o sono habitam o meu corpo, o cérebro se lembra de amores mal resolvidos, dos trabalhos de faculdade, das conversas do MSN, dos passeios, mas não quer de forma alguma se lembrar dos inúmeros e-mails que ainda restam no Outlook.

Passo o resto da tarde comendo bolacha,engordando, solicitando previsão de estoque, me enervando com os malditos atendentes e levando algumas broncas dos superiores. No finalzinho da tarde olho de minuto em minuto para o relógio do computador, penso que ele está errado e então confiro as horas no celular, mas não tem jeito, ainda faltam dez minutos para poder ir embora. Passado esses dez minutos, que mais parecem quinhentas horas, junto minhas coisas, saio correndo e quando estou na metade do caminho me lembro que esqueci o caderno em cima da mesa, pego o ônibus cheio, me esforço para descer próximo a empresa, subo morrendo e vergonha e resgato meu caderno.

Chego então na faculdade, converso um pouco com os meus amigos, as vezes tento ler mais um capitulo do meu livro, mas a professora chega.
Faço o possível para prestar atenção, mas acabo me lembrando de alguma situação que aconteceu ao longo do dia, como não sou egoísta, divido este acontecimento com a amiga da frente.
A professora não colabora, desliga a luz e liga o data show, desse jeito ela força a amizade, mesmo querendo e muito assistir a aula, não consigo, meu corpo grita por uns minutos de descanso, meus olhos fecham contra a minha vontade e depois de algum tempo uma mão me cutuca informando que a aula já está no final.
Nesta hora me sinto uma idiota, trabalho o dia todo em algo que consome as minhas energias para conseguir manter a minha vida de universitária e quando estou na aula, ao invés de aproveitar as informações, encosto na parede e durmo.

Levanto, dou uma volta e me preparo para o segundo período, pareço mais animada, mas o estomago pede por comida. Olho para uma amiga e comento que estou com fome e ela sente a mesma coisa, como universitário vive sem dinheiro, juntamos todas as moedas que tínhamos e ao todo somamos R$5.25, ela sai da sala, vai ao tio do hot-dog e compra um pra mim e um pra ela, volta pra sala e então devoramos o lanche enquanto escrevemos algum texto.

A vida de estudante é legal, mas após as 22h, eu não quero mais saber de nota, reportagem, hiperlink, matéria, resenha, sinopse ou qualquer coisa que me faça pensar demais. Finalmente dá o horário de ir para a casa, a lista começa a passar e ela se torna o objeto de desejo de todos os alunos, muitas vezes as pessoas até discutem por ela.

Novamente enfrento o conforto do transporte publico e chego a minha residência, tomo um banho decente, como um iogurte, uma fruta ou o que tiver na geladeira e passo algumas horas na frente do computador tentando adiantar algum trabalho e acabo dormindo na companhia do notebook.

domingo, 24 de maio de 2009

o dono Carrão em bronze e argamassa


Em uma praça da zona leste de São Paulo encontra-se um monumento esquecido pelos moradores da Vila Carrão




Por Talita Kibaiasse








Céu azul, calor, pouco vento em um sábado do outono paulistano. Alguns carros passam, mas poucos pedestres circulam pela praça quinze de outubro. ”Não faço idéia de quem foi o Conselheiro Carrão, a única coisa que sei é que tem uma avenida importante com este nome e uma estatua naquela pracinha alí”, aponta a aposentada Maria Yamamura para a estatua cinza, feita de bronze e argamassa por Adilson Charles dos Santos em 1992 chamada de Conselheiro João José da Silva Carrão.




A vila Carrão recebeu este nome em homenagem ao Conselheiro Carrão, assim como a avenida principal do bairro, pois as terras que hoje são habitadas pelos aproximados 78.175 moradores do bairro.


Cercada de terra e algumas árvores, a estátua é quase imperceptível, muitos moradores e comerciantes da região nem sabem o quão importante ela é para o bairro e muito menos a historia do Carrão.



A obra é composta apenas pela cabeça e o tronco do homenageado em cima de uma caixa de concreto com três placas de alumínio identificando a obra e informando os colaboradores.
As margens do córrego Aricanduva o jornalista, advogado e 32º presidente da província de São Paulo, nomeado em 1865, cultivava mais de quinze mil pés de uva de diversos tipos e se tornou um dos primeiros a fabricar vinho nesta província e por isso chegou a hospedar, em 1876, o Imperador Dom Pedro II para que ele pudesse experimentar as uvas e o vinho.


Próximo a sombra das arvores, dividida entre uma avenida se encontra a banca de jornal do senhor Pedro Dias, que há anos vende jornais, revistas e gibis para os moradores do local. “As pessoas não se importam muito com esta estátua, mas mesmo assim acho que ela traz um ar diferente para a avenida, além de homenagear a pessoa que deu origem ao nosso bairro”, desabafa o jornaleiro.


O casal Marta Kynobuchi e Yasuo Sakane atravessam a praça tranquilamente para chegar à lotérica e informam que são moradores do bairro desde 1995 e só se mudaram para a Vila Carrão porque queriam se juntar com a colônia japonesa do local e participar dos eventos que a Associação Cultural Recreativa e Esportiva do Carrão (acrec) realiza. “Eu nunca li o que está escrito nestas plaquinhas, sempre achei bonita, acho que faz a diferença nessa pracinha, mas não sabia que nela havia o rosto do senhor Carrão”, disse Marta antes de atravessar a rua.
Conforme a prefeitura de São Paulo, o bairro passou a existir oficialmente em 1916, pois após a morte do Conselheiro Carrão o dentista Gomes Barreto comprou as terras e fez loteamento transformando-as em um bairro de classe média alta no meio da zona leste paulistana.
E mesmo com a frase “Ao comércio, indústria, entidades de classes, estabelecimentos de ensino, etc. Nossa gratidão Povo da Vila Carrão” na lateral da estátua, poucos sabem quem foi o senhor Conselheiro João José da Silva Carrão.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Repórter da revista Caros Amigos se apresenta no Unisant'Anna


Marcos Zibordi dá palestra aos estudantes do terceiro e quinto semestres de jornalismo e alguns convidados

O jornalista Marcos Zibordi, repórter da revista Caros Amigos e professor da Universidade Bandeirantes (UNIBAN) se apresentou para alunos do terceiro, quinto e sétimo semestres do curso de jornalismo e para um aluno do quarto semestre do Centro Universitário Sant'Anna (UniSant’anna) e falou sobre jornalismo alternativo, surgimento da revista Caros Amigos e muitas vezes falou dos conceitos que tem desta profissão.

Durante a palestra Zibordi conseguiu prender a atenção dos alunos se expressando a todo momento de forma informal, porém abordando temas importantes. “Marcos me fez gostar ainda mais do jornalismo, pois me tirou da cabeça aquela ideia de muita formalidade na profissão, gostei deste jeito engraçado, estilo de se vestir, cabelo e do jeito que ele fala” disse a consultora financeira e estudante do terceiro semestre de jornalismo, Monique Cunha.

O repórter contou sobre o dia a dia da revista Caros Amigos, das dificuldades para fazer uma matéria e de suas experiências na área. “ A Caros Amigos não tem imparcialidade, nem lide e cada repórter é responsável pelo que escreve” disse Zibordi.

“Zibordi mostrou que entende muito sobre conceitos jornalísticos, deu seu ponto de vista referente a vários assuntos e o mais legal é que ele é muito espontâneo” disse a assistente administrativa e estudante do terceiro semestre Andressa Freire do Amaral. Professor da UNIBAN, ele também informou que não importa onde o profissional se forma, mas sim a qualidade das reportagens que ele produz.

Quase no final da apresentação, o palestrante foi questionado sobre a obrigatoriedade em obter diploma para exercer o oficio de jornalista e respondeu de forma clara informando que não é contra o curso de jornalismo, mas que é contra o diploma. “Na faculdade se aprende como fazer um lide, os conceitos do jornalismo, mas para escrever em um caderno de economia o jornalista tem que entender de economia ” disse o repórter após responder a pergunta do aluno.

A palestra teve aproximadamente duas horas e acabou após Zibordi cantar a música Rap é compromisso do rapper Sabotagem (assassinado em 2003) e receber muitos aplausos dos alunos.

Por Talita Kibaiasse


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Escrevo...

Escrevo para aliviar a dor
Escrevo para me esquecer do amor
Escrevo para melhorar o dia
Escrevo para espalhar alegria
Escrevo quando não sei falar
Escrevo quando só quero chorar
Escrevo com emoção
Escrevo por paixão
Mas nunca escrevo só por obrigação

domingo, 12 de abril de 2009

Entrevista com Real do Nunca

Samuel Gomes Carlvalho, 19, estudante de analise de sistemas da Universidade Castelo Branco (Unicastelo) e cantor de rap. Reside na zona leste de São Paulo, é mais conhecido como Real do nunca e busca um espaço como músico.
Real do nunca lançará em breve seu primeiro disco “O nunca” que possui duas faixas (Mar de inspiração e Ama memo?) no myspace.


Como surgiu o seu nome artístico "Real"?
Na realidade de uma batalha de rimas, mas sempre gostei desse lance de "ser real", só nunca tinha parado pra pensar em me nomear com algo tão próximo disso.

Onde busca inspiração para suas músicas e como se identifica com elas?
Como a maioria dos músicos, busco inspirações no que vivo e em minhas raízes. Identifico-me com cada letra escrita, pois isso tudo nada mais é do que eu, minha cara e meu caráter.


Há duas músicas suas disponíveis em seu myspace e percebe-se que você faz um rap diferente do comum, pois não fala de drogas, criminalidade e violência. Como você se esquiva dessas coisas e busca de um espaço na música?
Eu procuro sempre pregar o que vivo e o que sou no que escrevo, se eu não uso drogas, não pratico violência nem cometo crimes, seria hipocrisia minha falar sobre os que fazem isso. Para esquivar de tudo isso basta me manter o natural possível.

Em um trecho da música Mar de inspirações você diz: "Um insano vagabundo no papel se torna incrível" qual a mensagem tenta passar através disso?

Com essa frase quero dizer que todos nós somos capazes de fazermos o que queremos, pois nada que é possível para um homem é impossível para outro. Creio que um homem julgado insano pela sociedade sem nenhum bem material no papel se torna um artista memorável.


Qual sua maior dificuldade para conseguir correr atrás de seus sonhos musicais? Há algum outro sonho?

As maiores dificuldades mesmo além da financeira é a falta de incentivo das pessoas próximas que desacreditam da minha capacidade, isso muitas vezes me deixou pra baixo e quanto aos outros sonhos, nenhum outro no momento, por enquanto estou bem focado nesse, para não me perder.

Você sofre alguma discriminação na rua por estilo ou modo de ser?

Sim, tanto por estilo quanto por modo de ser, isso acontece muito.

E o que você faz pra que isso não te afete?
Eu separo as coisas e dispenso o que é desnecessário na minha evolução musical. No começo é meio complicado, pois você fica meio "encanado" com aquilo, mas depois vê que não passam de comentários.

Onde costuma se apresentar, deixar suas idéias e seus sons?
Geralmente nas casas culturais, oficinas de literaturas, shows organizados por amigos e algumas casas de eventos.

Acreditar em seus sonhos pode ser a maior arma para vencer todas as barreiras encontradas em sua vida?
Sim se eu não acreditar em mim, se quer poderei sonhar. Não dá para ficar parado, quem dorme sonha, quem trabalha realiza.



Por: Talita Kibaiasse

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Até o fim...


Quando eu era criança tinha um amigo que era como irmão mais velho, ele era aproximadamente sete anos mais velho, mas por mais que a gente brincasse e ele me fizesse companhia, eu queria ter um irmão de sangue. Pedia constantemente para a minha mãe um irmão, não queria uma irmã, pois ela poderia ocupar o meu lugar de única filha, única neta, única sobrinha e isso não seria nada bom.
Minha mãe me ouviu, engravidou, mas depois de alguns meses perdeu o bebê, um bebê que mesmo eu tendo apenas quatro anos já amava. Lembro-me muito bem do dia em que ela o perdeu, lembro da cara do médico, da expressão de tristeza dos meus pais, da dor física que ela sentiu para conseguir expelir os restos da criança de seu ventre e das minhas lagrimas.
Depois de um bom tempo meus pais decidiram que queriam mesmo ter mais uma criança e então a minha mãe novamente engravidou, fiquei super feliz, acompanhei todo o pré-natal, fui às compras para escolher as roupas do bebê, falava para todos que eu teria um irmão, mesmo sem saber se era menino ou menina. Na noite do dia quatorze de janeiro de 1993 meus pais foram para o hospital, eu fiquei em casa e a minha vizinha ficou cuidando de mim. Então, na madrugada do dia quinze o meu irmão nasceu, mas ele teve que ficar no hospital para tomar banho de luz, fui buscar a minha mãe no hospital e voltamos para a casa sem o bebê, passei a noite toda chorando, eu era criança, não entendia o que estava acontecendo, não sabia que era normal uma criança mestiça ter que tomar banho de luz. Entretanto, no outro dia ele teve alta, então fui com meus pais e a minha ex-tia buscá-lo. Com certeza foi um dos dias mais felizes da minha vida, aquela cara gorda era a coisa mais linda que eu já tinha visto, era o primeiro dia que o vi, mas parecia que já nos conhecíamos há anos.
Como nem tudo é perfeito, os meses passaram e eu comecei a sentir ciúmes, achava que perderia o amor da minha família, que tudo que recebi nos seis anos de minha existência seria transferido para aquela criança. Um dia derrubei-o da cama e comecei a chorar, queria matá-lo, mas tinha medo de apanhar, então chorei mais do que ele para que a minha mãe ficasse com dó de mim. Me lembro também que uma vez derrubei-o dentro do carro, comecei a odiá-lo e nem notava que por mais importante que fosse, ele jamais me substituiria para as pessoas que me amavam, pois amor não se divide, não se subtrai, amor apenas se soma e ele era tão amado quanto eu.
O Victor, sim este é o nome dele, começou a crescer, as brigas aumentaram, a raiva também aumentava, mas um dia estávamos no interior e um menino idiota quis bater nele perto de mim, não pensei duas vezes e fui pra cima do menino, bati muito nele, pois por mais que eu falasse que odiava o meu irmão, no fundo sabia que eu o amava e que era minha obrigação protegê-lo. Quando estava na pré adolescência, ele me irritava muito, me atrapalhava nas conversas com as minhas amigas, contava tudo que eu fazia para os meus pais e eu tinha que namorar escondido.
Na fase da minha adolescência era pior ainda, comecei a sair, a trazer algumas pessoas para a minha casa e ele não entendia o porquê eu gostava tanto das pessoas que não tinham meu sangue e o desprezava tanto, quando trouxe um namorado para casa, ele tinha muito ciúmes, fazia um inferno nas nossas vidas, me irritava a ponto d’eu falar constantemente o quanto o odiava e o quanto desejava sua morte.
O tempo passou, as minhas decepções vieram, o Victor cresceu, as brigas diminuíram e eu percebi que ele era importante demais na minha vida, cada vez gostava mais de conversar com ele, mas ainda me irritava bastante. Alguns amigos se foram, o namorado me deixou, alguns colegas me decepcionaram e ele sempre esteve ao meu lado, sem interesse algum, nunca precisei dar presentes, dinheiro ou tratá-lo bem, ele apenas gostava de mim.
Quando criança meu pai dizia que eu tinha que me dar muito bem com ele, pois um dia seriamos só nós dois, que quando fossemos adultos e não mais tivéssemos nossos pais vivos, teríamos que nos apoiar um no outro. Graças a Deus, não precisei perder meus pais para entender isto, mas percebi que ele faz parte de mim, vejo muito de mim nele e muito dele em mim. O Victor é com certeza o melhor irmão que eu poderia ter, não o trocaria por nada e nem ninguém, ele é alguém que consegue me entender mesmo quando eu não quero falar nada, alguém que faz parte da minha vida, do meu mundo e que eu não saberia viver sem.
O meu irmão é sem dúvida alguma, uma das pessoas mais especiais da minha vida, alguém que eu me preocupo, que eu desejo o bem, que as vezes me decepciona, outras me dá conselhos, muitas me orgulha e que mora para sempre no meu coração. Por toda a eternidade será muito amado, pois existe ex-amigo, ex-colega, ex-mulher, ex-namorado, ex-marido, mas não existe ex-irmão e para sempre tudo que eu puder fazer para o bem dele, farei sem pensar em mais nada, pois ninguém neste mundo consegue o substituir.
Jamais imaginei escrever este texto, nunca pensei que ele ocuparia um lugar tão imenso no meu coração, que eu me alegraria com cada música que ele aprende a tocar, com cada nota alta que ele consegue tirar, com cada manobra de skate que ele aprende a dar, que ficaria feliz por ele encontrar uma namorada linda e que o ama de verdade, por vê-lo correr atrás das coisas que deseja e que me orgulharia tanto em dizer aos demais que ele é o meu irmão, o irmão que só eu tenho e terei para todo o sempre.

Sofrimento, o mau necessário.

O sofrimento é visto por todos como algo ruim, ninguém gosta de sofrer, porém as pessoas não enxergam que é somente através do sofrimento que o ser humano aprende e evolui. É também no sofrimento que conseguimos enxergar os nossos defeitos e o quanto somos dependentes das ações das outras pessoas. A ilusão é a principal causa do sofrimento, pois se não encararmos a realidade da vida de frente e preferirmos viver com as falsas verdades, sempre haverá um dia que por forças circunstanciais a realidade virá à tona e o sofrimento será maior. Todavia, o sofrimento nos conduz a uma porta de reflexão fazendo-nos enxergar com um maior senso crítico o motivo que estamos passando por ele, bem como analisar maneiras de que, caso a situação venha a se repetir, podermos evitá-lo. Dizer que o sofrimento é de todo um mal, pode ser um equívoco, pois quantos necessitaram sentir em sua própria carne situações que seriam de deboche, se o ocorrido fosse com outra pessoa? Quantos precisaram chorar para ter alguém que enxugasse cada lágrima da dor que estávamos passando? Quantos precisaram passar por sofrimento para receber o apoio confortável que buscavam por um longo tempo? Podemos citar Jesus Cristo para argumentarmos que o sofrimento faz bem ao ser humano, pois o filho de Deus sofreu a traição de um de seus discípulos, apanhou de todas as formas, teve que carregar a cruz para sua própria morte e durante o caminho ainda apanhou mais um pouco – conforme imagens do filme Paixão de Cristo – e quando estava pendurado na cruz suplicando por misericórdia divina teve que aguardar Deus recolher sua alma, mas foi através de todo o sofrimento de Jesus Cristo que todos os cristãos receberam a dádiva da vida eterna. Sendo assim, podemos concluir que é através do sofrimento que o ser humano se revela com maior verdade e consegue evoluir a ponto de saber enfrentar os obstáculos mais complicados.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O lado "B" do Jd. Ângela.

Em entrevista coletiva a jornalista Roseli Loturco conta a historia da ONG (organização não governamental) Papel Jornal que há dez anos desenvolve diversos processos jornalísticos no Jardim Ângela com jovens da periferia. A ONG foi fundada por jornalistas incomodados com a exclusão social que os jovens enfrentavam.
O objetivo da ONG é ensinar jornalismo aos alunos, desenvolver a criatividade e ajudá-los a se manter longe do tráfico, pois a entidade acredita no processo educacional como meio de promoção do exercício da cidadania e da democracia. A jornalista se especializou na área de economia, porém também escreve em outras áreas.
Conforme a jornalista, a primeira turma foi formada por jovens que não sabiam organizar idéias, mas que eram críticos e tinham noção da realidade que vivem. A grande maioria era da rede publica de ensino, pessoas pobres e alguns tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Os primeiros textos foram escritos fora do padrão jornalísticos e sempre eram revisados antes da publicação. Entretanto, depois de muito esforço, o jornal ficou pronto, o primeiro trabalho realizado teve o título de desabafo, pois os alunos relacionaram este tema à superação e reorganização.
Roseli diz que os alunos aprendem como fazer um lead, como estruturar uma informação, fazer uma pesquisa aprofundada e a co-relação da periferia com a realidade. Em sua opinião seria interessante se este projeto se espalhasse por outros bairros, porém atualmente a colaboração financeira é limitada.
Os alunos escolheram como tema do próximo projeto “a crise econômica mundial”, isto deixou Roseli muito feliz, pois além de ser um tema de seu interesse, será também um desafio para os alunos. As aulas acontecem de segunda a quarta-feira tendo duração de duas horas por dia.

domingo, 15 de março de 2009

E aquela tal “Ditabranda”?

O Jornal Folha de São Paulo, se referiu a ditadura militar como “ditabranda”. Esta palavrinha, foi usada apenas para se referir ao regime militar que teve aproximadamente 21 anos (1964 – 1985) de tortura, massacre, humilhação, estupros, perseguição e é visto como a parte mais vergonhosa da historia brasileira.
Por este fato, a palavra teve tanto impacto que foi rapidamente distribuída na blogosfera brasileira, estudantes, jornalistas, críticos e até mesmo pessoas que estão fora do meio da comunicação, porém que possuem o bom-senso publicaram textos sobre o absurdo dito por um dos jornais mais importantes de São Paulo.

No dia 7 de março, pessoas de todo o Brasil, após terem combinado via internet e do “telefone sem fio” ( boca a boca), se juntaram na frente da sede do jornal para protestar. Usaram rede wireless e os blogueiros puderam fazer posts em tempo real, publicar as fotos das três horas de manifestação, as pessoas também trocaram informações pelo twitter, Orkut, e-mail, MSN, e todas as formas de comunicação virtual.
Além de protestarem contra a tal “ditabranda”, com cartazes, mensagens e gritos, também mostraram a força que a internet tem na sociedade.

O jornal nunca imaginou que esta palavra ficaria tão famosa, que alcançaria mais de 172 mil pesquisas no Google, que juntaria tanta gente, que seria assunto no Twitter e em todo mundo virtual. Provavelmente, a Folha de São Paulo acreditou naquela lenda que diz “brasileiro não tem memória”, mas se enganou e muito. Durante o protesto todas as pessoas importantes na época da ditadura foram lembradas,pessoas exiladas, assassinadas, como: Stuart (filho de Zuzu Angel), Vladimir Herzog, Henrique Pereira Neto, Manoel Lisboa de Moura e muitos outros.

Deste modo, o povo mostrou que todo o sofrimento do pior regime militar que existiu neste país não foi esquecido e que a internet vai além de um site de relacionamentos e um comunicador de mensagens instantâneas.

sábado, 7 de março de 2009

O desafio de ser xx

O oitavo dia de março é reconhecido como dia internacional da mulher, mas é tão injusto ser apenas um dia e esse dia nem ser feriado, pois mulher engravida, tem TPM, luta contra a balança a vida toda, usa aquela sandália alta, linda e que acaba com o pé, mas que ainda assim diz para todo mundo que está confortável mesmo que não mais aguente ficar em pé, sofre com o preconceito no trânsito, além de ser vista apenas como um objeto de cama, mesa e banho. Mulher faz a unha, tira a sobrancelha, pinta o cabelo, faz chapinha, escova, usa baby liss, gasta uma fortuna no cabeleireiro e na grande maioria das vezes os homens (namorado, marido, amigo, pai e irmão) nem percebem a diferença.

Mulher tem um coração no lugar do cérebro, ama além do amor-próprio, perdoa praticamente qualquer erro, se magoa com facilidade, faz de tudo para ser melhor, por vezes até muda o corpo, o jeito e finge ser legal até nos dias de TPM só para agradar o ser humano que esta ama.

Mulher é mãe, avó, filha, namorada, amiga, cúmplice, amante, prima, tia, sobrinha e ainda sobra tempo para as que são prendadas (este não é o meu caso) cuidar de casa, do marido, do filho, cachorro, gato, papagaio e etc.

É doloroso ser mulher, pois esta sente dor quando faz depilação, quando tira a sobrancelha, quando usa sapatos lindos, porém desconfortáveis, sente a dor do parto, a dor de perder um filho(a), de perder um amor e a pior dor a de ser trocada por outra, pode ser em caso de amizade, romance ou qualquer coisa, mas ser trocada por outra mulher é o que mais dói, deve doer mais do que quando um homem leva um chute no órgão genital.

Entretanto, mesmo após passar por tudo isso os homens ainda reclamam quando elas vão ao shopping e compram um monte de roupa, quando querem discutir relação, quando precisam de atenção mesmo que seja para falar a coisa mais idiota do mundo, quando necessitam de carinho após um dia de muito stress, quando choram de soluçar por algum motivo que para eles é banal, mas que no conceito feminino é algo de muita importância e quando eles as irritam e recebem como resposta alguns objetos que “criam vida” e começam a voar.

Parabéns a todas as pessoas do sexo feminino pelo dia de hoje e pelo constante desafio de ser mulher.

Atenciosamente,

Uma guriazinha que ainda está aprendendo a ser mulher.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O futuro ou o final?

Com o avanço tecnológico, hábitos se tornaram arcaicos. O velho telegrama fonado para uma paquera, outrora uma grande demonstração de carinho fora substituído pelo e-mail, chats de namoros virtuais, mensagens SMS de celular a celular ao invés da boa e velha carta escrita a mão. Até a bela tarde de sábado para sair as compras foi substituída por três, quatro cliques de mouse. Sem stress, sem trânsito, e no dia seguinte, seu produto está em casa, em suas mãos. Bem vindo a era digital, onde a informação é primordial e carta do baralho decisiva para vencer.
Quem imaginaria que teríamos as cotações de Bolsas de Valores, não importando o Continente, em questão de segundos? E a própria Nasdaq americana, já conhecida como “Bolsa Eletrônica”? Quem tiver qualquer boa informação antes de seu concorrente, ganhará uma boa vantagem nesse páreo duro da informação e lucratividade.
Informação, claro, que obriga as grandes redes de jornalismo e comunicações informar, de uma forma rápida e precisa, o que o público quer e/ou necessita saber para viver seu cotidiano e sobreviver a selva digital do século XXI.
Um desses grandes artifícios é a boa e querida internet. É cada vez mais rápida, tudo é online, as pessoas não precisam mais aguardar o jornal do dia seguinte para saber o que acabou de acontecer no mundo e é um serviço gratuito. Entretanto, a informação nem sempre é correta, não é apurada como a de um jornal, como por exemplo o caso da brasileira Paula Oliveira que reside na Suíça, o jornalista Ricardo Noblat após receber um telefonema do pai da moça supostamente agredida, publicou em seu blog que Paula foi agredida por neonazistas e após a agressão perdeu os bebês, pois estava grávida. O jornalista não apurou o fato antes de publicá-lo e hoje a policia suíça tem quase certeza de que tudo não passou de uma farsa.
O próprio Noblat, em seu livro “A arte de fazer um jornal diário” cita o fim do jornal impresso, pois as redações estão cada vez menores, a população com menos tempo, a tecnologia facilitando a vida do cidadão, os donos dos jornais continuam oferecendo ao leitor jornais gigantes, maçantes e lotados de publicidade e a população jovem prefere as noticias rápidas, as notas da internet, a informação em um clique.

Em 2001 a direção do The New York Times descobriu que os seus leitores mais fieis liam apenas 10% do jornal, a partir disto, pode-se deduzir que os leitores leem apenas os cadernos que os interessam, ou seja, compram um jornal inteiro e não utilizam 90% do mesmo. Isto é mais uma prova de que no futuro o jornal impresso será substituído, pois a população pode se informar através dos telejornais, do celular e claro da internet e nesta ultima, o leitor pode ler apenas o que se interessar e sem ter que pagar por isso.
Desta forma, pode-se concluir que do mesmo modo que o e-mail deixou a carta quase extinta, a informação por novas mídias irá reduzir ainda mais a produção e a venda dos jornais impressos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Escolha certa

Desde criança sempre fui uma guria muito confusa, já sonhei em ser médica, advogada, veterinária e até turismóloga, mas quando estava na 6ª série,uma vez por semana, a professora de redação nos incentivava a levar jornais, revistas e gibis para que diversos temas fossem discutidos em sala de aula e nos inspirasse para a escrita. Então, para minha surpresa, passei a adorar esta aula, não faltava em nenhuma, acordava mais cedo para passar na banca de jornal toda quarta-feira antes de ir a escola.
No ultimo bimestre a mesma solicitou que fizéssemos um jornal, para grande parte da turma, aquilo foi assustador, mas ao meu ver, foi o melhor trabalho daquele ano, me tornei “diretora” do Jornal Atual (nome escolhido pelo meu grupo) e em poucas semanas conseguimos fazer um trabalho que mostrava desde o horóscopo até temas socioeconômicos polêmicos.
À partir deste dia coloquei em minha mente que queria ser jornalista, trabalhar em uma redação de jornal ou revista, entrevistar pessoas importantes e pessoas desconhecidas, levar a informação a todas as classes sociais e me sentir útil para a população da minha cidade.
No entanto, como nem tudo é perfeito (principalmente na adolescência) , escutei de vários “amigos” que o curso não combinava comigo, pois sou um pouco tímida, também ouvi - e ouço até os dias atuais - que não há vaga para a área, que jornalista não ganha dinheiro e que o máximo que poderia acontecer era após acabar o curso, procurar uma faculdade para dar aula e não morrer de fome.
Desta forma, passei a pensar seriamente em mudar a minha escolha, quando iniciei o ensino médio decidi que seria publicitária, que esta sim era a graduação correta, a formação que me traria uma carreira financeiramente feliz, porém a vida me surpreendeu mais uma vez e o meu professor de literatura em parceria com o grupo Positivo, iniciou um projeto no segundo semestre onde em um programa cada aluno podia formar, editar um jornal e colocar a noticia sobre o tema que desejasse, porém o tempo era curto e em pouco mais de três aulas consegui concluir o meu jornal, o mesmo foi publicado ( apenas para o grupo Positivo e para o meu colégio) em Curitiba-PR e enviado para São Paulo no dia do meu aniversário de 15 anos, não teve presente melhor, pois mesmo sendo apenas uma página com matérias curtas, cheguei em casa imensamente feliz e fiz questão de mostrar para todas as pessoas que eu conhecia.
Montei um blog ( que hoje já nem existe mais) e um fotoblog que escrevia todos os dias, geralmente resumia meu dia, desabafava, escrevia sobre minhas decepções, sobre os problemas pessoais, sobre o que eu achava da sociedade, sobre o comportamento humano e etc. De inicio, tinha vergonha de mostrar os textos para os meus conhecidos, mas um dia um grande amigo leu um dos textos e passou a divulgar a página, comecei a receber vários comentários de amigos e até de pessoas que eu nem conhecia me motivando, dizendo que eu nasci para escrever e isto me fazia sentir mais prazer em redigir minhas idéias a cada dia, todavia passei a me expor demais, estava em crise existencial devido alguns problemas sentimentais e acabei fazendo com que os meus textos virassem “armas” contra eu mesma, não tive outra escolha, parei de escrever neste blog.
Três anos após finalizar o ensino médio, decidi iniciar o ensino superior e mesmo ouvindo coisas ruins sobre o curso não coloquei nenhuma outra opção na hora do vestibular além de jornalismo.
Os colegas de trabalho foram os primeiros a me criticar, muitos chegaram a dizer que não concluiria o curso e que deveria fazer a matricula para administração, para ter um plano de carreira na empresa, mas eu não os dei ouvidos, fiz a minha escolha e a cada aula tenho certeza de que estou no lugar certo, que faço o que gosto e que terei uma profissão prazerosa.
Sendo assim, posso concluir que foi um simples trabalho de escola que me levou a ter prazer em ler, pesquisar, escrever e desejar ser jornalista
.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Mundo Body Poke.

Atualmente quase todo mundo tem Orkut, é comum encontrar um amigo e comentar sobre as fotos que o fulano ou a beltrana colocaram no álbum, falar sobre o depoimento que o colega recebeu, sobre aquele gatinho que o adicionou e claro sobre as novidades do BodyPoke. O BodyPoke é um Gadget que nos permite criar um bonequinho com o cabelo, roupa, cor dos olhos, pinta, barba e acessórios do nosso gosto e através dele podemos abraçar, discutir, brincar, dançar, beijar ou caçoar um amigo.

Imagine, se o mundo fosse igual ao do BodyPoke, todo mundo teria a mesma altura e o mesmo tipo físico. Não existiriam pessoas gordas demais ou magras demais, nem alto e baixo e todo mundo teria a mesma classe social. Tudo seria muito mais fácil, pois qualquer “boneco” tem carro e moto da cor que deseja, pode mudar a cor e estilo do cabelo e da pele sempre que quiser, trocar de roupa e sapato diversas vezes ao dia, acordar pronto e ainda estar em vários lugares com pessoas diferentes em questão de minutos.

Neste caso, não existiria preconceito, assim como também seria muito mais fácil brigar e fazer as pazes, estar sempre acompanhado, não existiria deficiência física ou mental, ninguém dependeria do transporte publico, não teríamos contas para pagar e seriamos sempre saudáveis.

Parece loucura, mas ultimamente é muito mais fácil e comum dar um abraço em um amigo através deste gadget do que pessoalmente. O mundo virtual é muito prático, é muito rápido e nos permite fazer muita coisa que não seria possível no mundo real. Portanto, não me admira se um dia eu acordasse e o relacionamento interpessoal fosse completamente virtual.



Talita Kibaiasse

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tem coisas que acontecem com todo mundo, mas algumas só acontecem com a Talita.

Como já é de conhecimento de todos, sou um tanto atrapalhada e preguiçosa. Imagine uma menina que passa grande parte da noite acordada e quando chega na hora que necessita acordar, quer apenas dormir. Um ser humano que passa horas sonhando, imaginando situações que talvez jamais acontecerão e que por isso já passou da estação do metrô que precisava descer, um alguém que caiu diversas vezes no meio da rua e que pensa “alto” em horas impróprias.

Certa vez estava voltando do colégio com uma grande amiga, eis que do nada surgiu um buraco no chão, torci o pé e caí imediatamente, ela continuou a andar e quando percebeu, eu havia ficado ali no chão. Sim, isto é normal, acontece com todo mundo, mas é normal ser atropelada por um carrinho de pipoca? Então, um dia estava na frente de uma igreja, quando me aparece do nada um pipoqueiro, caí de um lado e o moço do outro, por sorte não me machuquei e o carrinho de pipoca não quebrou, mas confesso que fiquei morrendo de vergonha.

Não posso esquecer também, de um dia que fui procurar emprego, tinha aproximadamente 15 ou 16 anos, entrei em uma perfumaria para deixar um currículo e na hora de sair esbarrei em uma pilha de tintas para cabelo e consegui derrubar mais da metade, tentei empilhá-las novamente, mas foi um tanto complicado e fui embora sem saber onde colocar minha cara. Por falar em emprego, uma vez combinei com um ex-namorado de ir ao centro entregar currículos, passei horas em casa pensando em que roupa colocar, afinal nunca tinha o feito e nem imaginava como deveria me vestir, coloquei um sapato da minha mãe, uma calça jeans e uma camisa que cabia umas três Talitas, não deu outra, cheguei ao local, o rapaz riu tanto e eu fiquei com tanta vergonha que voltamos para a minha residência e eu troquei de roupa.

Aproveitando que falei dele, o menino acabou presenciando vários tombos, esquisitices e etc. Um dia estávamos descendo do ônibus e eu cai, sai do ônibus de bunda, sim escorreguei na escada e fui parar no chão, assim como uma vez que estava caminhando na avenida e do nada fui parar no chão.

Na pré adolescência já passava por cenas hilárias, treinava karatê e então um dia disse ao meu irmão (que na época era bem menor que eu) que já conseguia chutar da altura de sua cabeça, então pedi para que ele ficasse em pé, quando fui chutar, não consegui passar por cima de sua cabeça e acertei com muita força a orelha dele, o menino caiu no chão e começou a chorar.

Não posso esquecer de um ano novo, que depois de beber muito fui encontrar um amigo e depois de vê-lo, subi a rua correndo e é claro que bebida, sandália plataforma, chuva e eu correndo só poderia resultar em um capote lindo, até hoje ele me zoa por isto.

Bom, mas vamos deixar os capotes para outra hora, pois se falar de todos, ao invés de escrever um texto, escreveria um livro.

Nos últimos tempos tenho vivido no meu inferno astral, pense em uma pessoa que consegue dormir no meio da prova de filosofia. Sei que parece meio irreal, mas eu após preencher a prova a lápis, consegui cochilar na mesma e quando uma amiga foi me acordar, a professora saiu gritando na sala, falando que estávamos colando e ficamos com zero de média nesta matéria. Ninguém acreditou na historia, todos acharam que era balela, mas o pior é que o fato realmente aconteceu.

Certo dia também estava voltando da faculdade e dormi na lotação, acordei em um lugar que nunca tinha visto, entrei em desespero, ao invés de ir até o ponto final, desci no próximo ponto, fui parar no meio de uma favela, saí correndo de salto, corri muito, atravessei uma avenida mega movimentada, quase fui assaltada e fiquei muito tempo até me localizar. Quando cheguei em casa minhas pernas não tinham mais força, fazia tempo que não sentia tanto medo.

Em um dia muito estressante no trabalho, estava eu com umas oito janelas do Outlook abertas, fui responder o e-mail de uma amiga e errei de janela, encaminhei-o para o gerente de logística, não sabia o que fazer, fiquei desesperada e mandei outro e-mail pedindo desculpas, até hoje ele não me respondeu.

Esses dias, encontrei um conhecido no metrô, ele estava com uma turma e então me deram oi, mas não tínhamos assunto, pois ele não é meu amigo, é só um conhecido. Uma das meninas olhou em minha direção e disse “senta aqui”, pensei que era pra eu sentar e logo fui sentar, mas quando percebi, ela tinha dito isso para uma amiga dela e eu não sabia onde enfiar a cara.

Enfim, existem alguns outros fatos que ocorreram na minha vida, mas dá vergonha de escrever (risos), creio que os citados acima já são o bastante para que vocês entendam que tem coisas que ocorrem com todo mundo, ma algumas só acontecem comigo.